Valter José, conta a rotina de seu atual emprego e experiências
Por Tiago Brito e Marcos Aurélio
Repositor, segurança, operador de estacionamento e uma infinidade de experienciais profissionais que Valter José da Silva, 40, anos, teve durante sua carreira no mercado de trabalho. Experiente, foi chamado para mais um desafio: trabalhar no período noturno. A função é trabalhar como auxiliar de produção, na refinaria Abreu e Lima, das 21h as 5h. “Por ter trabalhado na madrugada, me adaptei rapidamente. No início tive um pouco de cansaço, mais depois o corpo se acostuma”, disse.
Casado há 14 anos, Valter deixa em casa a esposa e os dois filhos com 12 e 13 anos. “Todo o meu esforço é pequeno, pois, só em pensar na minha família eu tenho mais força para ir ao trabalho”, confessa um pouco emocionado. “Tenho saudades da minha esposa, da cama quentinha, das conversas da noite, mas é assim mesmo, quando a gente quer vencer, vai à luta”, afirma.
Em Suape, Valter junto com mais três trabalhadores, são responsáveis pelo café da manhã de aproximadamente 1500 pessoas de uma determinada empresa, além de adiantar algumas coisas para a próxima equipe, que fará o almoço. “O nosso serviço é muito rápido, por isso que não temos sono. É pura adrenalina”, comenta. As quantidades das refeições são um pouco curiosas. 50kg de cuscuz, 48 L de leite, 10kg de café entre outros.
Além disso, o “mestre cuca” já passou por muitas aventuras. Entre elas, destaca-se quando foi segurança, no final de 2010. “É muito tenso. Qualquer barulho é motivo de desconfiança. De acordo com a minha necessidade, não quero mais esse tipo de profissão”, confessa. Confiante no atual emprego, Valter pretender fazer faculdade de gastronomia. Segundo ele, é um emprego que tem poucas pessoas qualificadas, onde a perspectiva de crescimento é alta.
“Aconteceu algo interessante. Há alguns anos quando trabalhava também como vigia, um amigo meu, pegou o turno da manhã e foi fazer a ronda, algo de rotina. Ao entrar numa das salas, percebeu uma sobra. Na verdade, era uma boneca inflável que colocaram. Até hoje ninguém sabe quem fez isso, mas segundo pessoas que estavam com ele, foi divertido”, brinca.
Para Valter, trabalhar na noite é uma junção entre necessidade e gostar. “Não trocaria para o turno da manhã. Se disser que não é cansativo estou mentido, mas, posso garantir que gosto bastante”, ressaltou. “As coisas que aconteceram comigo, eu não quero que os meu filhos passem, mas faço o possível para que a minha vida sirva de exemplo para eles e que sejam pessoas de bem”, conclu.